quinta-feira, 24 de abril de 2008

COM OS LUMERTZ EM WAIMEA.

ORIGINAL SURF®
.:MATÉRIA REALIZADA PELA REVISTA SOLTO, MOSTRANDO COMO VIVE OS SOUL SURFER'S DA ORIGINAL SURF LÁ NO HAWAII:.

Texto: Manuela D'Almeida




















O surf gaúcho bem representado em Waimea-HI...Da esquerda para a Direita vem Jairo Lumertz (Cuscabarone / Original Surf), Vinni Fornari, Igor Lumertz (Cuscabarone / Original Surf) & Leandro Repenning (Bessel / Original Surf), galera de cabeça feita após o surf,,,,sente as gun's dos caras.
Foto: Manuela D'Almeida.

São seis e da manhã, o céu ainda está escuro e o barulho das ondas já está muito alto. Neste momento, os irmãos gaúchos Igor e Jairo Lumertz já estão colocando as gunzeiras no carro e deixam a casa em Pupukea rumo à baía de Waimea.

Chegando no pico, tiram as pranchas do carro e, “adrenados”, remam para o canal em direção à onda. No outside, o dia já está clareando e o horizonte some na hora em que morras de 18 pés surgem na baía. No line up, além dos guerreiros gaúchos, encontram-se as maiores lendas de Waimea. Não se tratam de pros, mas, sim, de surfistas da família Waimea que carregam a onda no coração. E pode-se dizer que esses bravos gaúchos também fazem parte do seleto grupo.



















Igor Lumertz & Leandro Repenning na Canoa Hawaiiana.
Fotos: Arquivo Original Surf.

Depois de conviver em diversos momentos da temporada com os irmãos Lumertz, incluindo sessões de surf em Rocky Point e durante dois swells em Waimea, é durante um churrasco realizado na famosa baía que os encontro para conversar. Neste dia, os maiores big riders de Waimea estavam reunidos em um churrasco para se despedir do sul-africano Andrew Marr. Este estava deixando o North Shore depois de mais uma temporada de boas ondas. Surfistas como Clark, Andrew Marr, Coby e os mais novatos Ian Walsh, Maya Gabeira e Jennifer dividiam a mesa relembrando as melhores ondas do último swell.

Segundo Jairo e Igor, Clark é o verdadeiro surfista de Waimea: “Ele é impressionante. Surfa sem leash, completa todas as ondas e só desce nas bombas do dia”. Já entre as mulheres, Igor conta que as brasileiras são as mais sinistras, sendo Maya a mulher que mais impressiona e inspira confiança no momento de dropar junto: “Em Waimea funciona assim, depois de um ano surfando lá, os caras pegam confiança em você e passam a dropar a onda contigo”, revela o irmão mais novo.

Igor, de 28 anos, foi o primeiro Lumertz a desbravar o Havaí e, depois de dois anos lá, convenceu o irmão mais velho, Jairo, de 34 anos, a visitar o North Shore: “Deixei tudo. Foi como nascer de novo. Fui me envolvendo cada vez mais com o lugar e não consegui voltar… mas ainda tenho o sonho de voltar para o Brasil”, revela Jairo.

Antes de viajarem para o Hawaii, a dupla Lumertz tinha uma trajetória na história do surf gaúcho. Os dois competiam no Circuito Gaúcho e, em uma determinada época, chegaram até a organizar campeonatos na praia de Mariluz, onde eram locais. Jairo conta que sonhava em ser surfista profissional, mas que não tinha surf para isso, apesar de ter sido quatro vezes campeão gaúcho amador na categoria Longboard e uma vez campeão brasileiro na mesma categoria. Já o mais novo, também foi por três vezes campeão gaúcho na categoria longboard, fora outros títulos em outras categorias.
Jairo conta ter percebido desde cedo que trabalhar engravatado em um escritório, não fazia a sua cabeça. Acabou descobrindo, com 13 anos, a vontade de shapear pranchas.

Então, criou a marca Cuscabarone e por anos shapeou pranchas, sendo conhecido no meio do surf gaúcho e considerado local nas praias de Mariluz e Tramandaí. O shaper revela continuar criando pranchas com os mesmos shapes usados anteriormente no Brasil: “As pranchas são exatamente as mesmas e funcionam muito bem aqui. Eu também continuo produzindo longboards, mas o grande diferencial são as gunzeiras. No Brasil você não encontra blocos de 10, 11 pés, algo muito comum aqui”.

Eles ensinam que para surfar Waimea é necessária uma prancha de no mínimo 10 pés: “Na minha primeira temporada não consegui surfar Waimea, pois só tinha uma prancha oito pés. Mas, mesmo assim, entrava no canal e ficava olhando os outros surfar. Nos meses seguintes adquiri uma 10'4 e na segunda temporada já botava para baixo. Desde então não perco um swell”, revela Igor que recém completou seis temporadas havaianas.


















Jairão - 18 pés em Waimea Bay.
Fotos: Arquivo Original Surf.

Jairo encontra-se na sua quarta temporada e conta que suas primeiras experiências em Waimea foram adrenalizantes:
“Na primeira vez que surfei Waimea as ondas estavam pequenas, então foi fácil de me soltar. No entanto, na segunda vez apareciam séries de mais de 25 pés havaianos! Foi no dia em que realizaram o último evento em homenagem a Eddie Aikau. Consegui pegar umas quatro ondas mas achei que iria morrer”.

O big rider assume ter conhecido melhor o pico através dos anos, sendo que hoje já se sente bem confiante. Ele também revela já estar “formado” nesta faculdade de surfe: “ Surfar no Hawaii é como se você estivesse em uma faculdade do esporte. Aqui existem vários tipos de ondas, pranchas e pessoas.

É realmente uma grande experiência de vida”.

Os dois, que atualmente alternam sessões de surfe com o trabalho pesado em uma fazenda, assumem sentir muita falta dos amigos, da família e das praias do sul. Eles pretendem voltar ao Brasil em algum momento, mas por enquanto ainda preferem representar o Estado no line up de Waimea…

Texto: Manuela D'Almeida.
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